Tu conheces o Pedro? Pedro W?
Pedro Weingärtner?
Aquele ali do lado da Dona Laura, não não é mãe dele..do outro lado está o Castro Alves, também não é o parente dele. Está pertinho do também pintor,o Vitor Meireles.
Sabes como chego lá?
Ajuda se eu disser que ele foi desenhista, gravador e pintor?
É próxima à Johann Wolfgang von Goethe.Não conheces? a Goethe pô.
Aquele ali do lado da Dona Laura, não não é mãe dele..do outro lado está o Castro Alves, também não é o parente dele. Está pertinho do também pintor,o Vitor Meireles.
Sabes como chego lá?
Ajuda se eu disser que ele foi desenhista, gravador e pintor?
É próxima à Johann Wolfgang von Goethe.Não conheces? a Goethe pô.
O Pedro W...(ainda não me atrevo a pronunciar) nasceu na Porto Alegre oitocentista,num inverno rigoroso; proveniente de uma família de desenhistas e litógrafos de origem germânica. E cedo ouviu os apelos da veia artística familiar. Andou na Alemanha, na França e Itália. Residiu em Roma frequentando escolas tradicionais de artes. Nosso imperador concedeu-lhe uma bolsa de estudos no velho continente. Era um homem pacato que vivia entre dois mundos; temperamento quieto e calmo. Órfão de pai trabalhou numa ferragem antes de se tornar um pintor e fazer inúmeras exposições no Brasil e na Europa. Retratou principalmente cenas regionais e paisagens do Rio Grande do Sul e Itália, bem como temas da mitologia greco-romana, sendo o primeiro pintor gaúcho reconhecido nacional e internacional.
Vendia de lotes inteiros de obras expostas. Aqui no Sul, a preferência do público incidia mais sobre retratos do que sobre temas mitológicos e paisagens. a circulação de suas telas temáticas ainda no final do século XIX, tirava os apreciadores de obras da monotonia cultural da capital gaúcha. Suas obras eram de estilo romântico e melodramáticas. Atento aos mínimos detalhes seus trabalhos chegam a perfeição fotográfica.
Borges de Medeiros comprou uma de suas obras e colocou no Palácio do Governo. Júlio de Castilhos foi retratado por ele.
Em 1912, Pedro estava instalado em seu ateliê na Via Margutta, em Roma; inquieto e insatisfeito, sentia necessidade de renovar-se, e seu pensamento se voltava para o Rio Grande do Sul, voltou em 1913, buscando nova inspiração no gaúcho. Após seis meses de sua chegada, apresentou ao público porto-alegrense trinta e três novas pinturas, que tinham como tema os hábitos e personagens típicos da campanha gaúcha. Hoje,dizem os estudiosos que muito do cotidiano sulino pode ser apreciado e entendido em suas telas.
Casou-se com Elisabeth Schmitt; ele a conhecera havia muitos anos, em Porto Alegre; mas somente aos 57 anos, julgava-se materialmente apto para as bodas.
Em 1925, após realizar mostras no Rio de Janeiro e em São Paulo, fez sua última exposição em Porto Alegre, com cinquenta e três peças, que encontraram algumas críticas desfavoráveis por conta da mudança dos gostos. O cenário gaúcho mostra o homem em contato com a terra, com os animais e no comércio. As cenas de festas e bailes mostram as confraternizações realizadas, principalmente, entre os imigrantes alemães. A última exposição foi encerrada antes do prazo previsto e não teve muitas vendas. Depois disso, ele não foi mais visto em público. Em 1927, Pedro Weingärtner sofreu um derrame que o deixou hemiplégico, muito sofreu vindo a falecer um dia após o Natal de 1929. Estava com 76 anos.
A inexplicável escassez de estudos, sobre a vida e obra de Pedro Weingärtner, tem diversas razões, parece que a causa principal seja o descaso com que ele tem sido tratado pelas instituições e pelos estudiosos. A importância da sua obra criou uma aura impenetrável de consagração e também de silêncio.A casa em que morou Pedro Weingartner era quase uma casa rural, uma sede de chácara, no Moinhos de Vento. Houve um movimento, para não demolir a casa. Uma noite, o proprietário meteu a picareta, incendiou, acabou. A casa, em si, não tinha maior valor, significado. O único valor era o de ter sido a moradia do grande pintor Pedro Weingartner.
Hoje, aqui na capital é nome de Rua: pequena, tranquila, silenciosa, ali no mesmo bairro que ele morou.
Provavelmente ele gostaria de assistir no Parcão a quietude melancólica do entardecer; as árvores, o lago, o moinho,talvez lembrasse do antigo moinho que deu nome ao parque, um que existia nas imediações da atual confluência da Independência com a Ramiro Barcelos. Poderia meditar, se emocionar e poeticamente criar obras que iriam se infiltrar, profunda e sutilmente, na sensibilidade dos apreciadores de sua arte... Retrataria tardes com aquela luz macia, a magia triste da paisagem e do silêncio que paira sobre as coisas e as criaturas quando desce a hora indefinida em que a alma se sente mais reflexiva e comunga com a natureza. Evocaria anseios e meditaria sobre o que foi, sobre o que ficou para trás nos anos que passaram, no que deixou em terras longínquas...em quem foi pro outro lado do mar...
Talvez se questionasse sobre o que sonhou quando uniu o seu destino a esse lugar novo nessa cidade frenética,vibrante,alegre,descontraída,hospitaleira.
É ali que buscarei meu refúgio fugindo deliberadamente ao mundo e ao tempo, que esperarei pelos meus filhos, num ambiente de uma perdida e quase bucólica beleza. Talvez me faça os mesmos
questionamentos.
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21 de outubro de 2010 | Categorias: ZH Moinhos nas bancas
ResponderExcluirO ZH Moinhos que chega hoje às bancas da região traz em sua capa um convite aos moradores: no domingo, ocorre a 17ª Corrida pela Vida, em favor do Instituto do Câncer Infantil, com saída e chegada no Parcão.
Em O Nome, a judoca Mayra Aguiar e a relação dela com a região e,
na página 9, a historiadora Jane Cassol escreve sobre o pintor Pedro Weingärtner.