Historicamente ele é conhecido por ter sido um cavaleiro cristão do século 15, um príncipe, um guerreiro de Cristo que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa, considerado um herói ainda nos dias atuais em sua terra natal, a Romênia, e na República da Moldávia. Governante feroz, defensor de seus conterrâneos, respeitado por súditos e inimigos, lembrado pela suas temíveis formas de tortura e pelas atrocidades que costumava provocar em seus prisioneiros. Principalmente o empalamento, que consistia na inserção de uma estaca no ânus, vagina, ou umbigo até a morte do torturado. Outras maneiras de execução e tortura eram pregos fincados na cabeça e braços dos condenados, decepamento de membros, orelhas e narizes cortados, órgãos sexuais mutilados, principalmente os das mulheres, morte na fogueira, despedaçamento por cavalos, etc.
Suas estratégias de guerra também eram terríveis, usava a tática da “terra arrasada” e fazia incursões noturnas nos acampamentos inimigos matando sorrateiramente o maior número possível de homens sem deixar rastros. Sabia como despertar um dos mais obscuros sentimentos humanos: o medo.
Vlad III Tepes, o Empalador. Príncipe da Valáquia, antigo principado entre o rio Danúbio e os Alpes Transilvânicos, ele reinou sobre suas terras em 1448, de 1456 a 1462, e em 1476, ano de sua morte. Seu sobrenome romeno, Drácula (Draculea e/ou Drakulya), significa "filho do dragão", e refere-se a seu pai, Vlad Dracul, que recebeu este apelido de seus súditos após ter se juntado à Ordem do Dragão, uma ordem religiosa. Dracul, que vem do latim draco ("dragão"), significa "diabo" no romeno atual.
O reinado de Tepes foi cruel e sangrento. Os relatos dos feitos e das atrocidades cometidas por Tepes eram tão impressionantes que um poema épico sobre ele foi publicado pela máquina de impressão de Gutenberg.
Era uma época conturbada, pois os feudos romenos pertencentes aos três principados da Valáquia, Moldávia e Transilvânia no século 16, passaram para o domínio do Império Turco-Otomano, sendo também disputados pelos vizinhos do Império Austro-Húngaro, aos quais Vlad apoiava. Quando criança, como parte de um acordo entre seu pai e os turcos, Vlad ficou sete anos sob o domínio do sultão, sendo prisioneiro dele, numa demonstração de submissão paterna.
No ano de 1447 a Hungria invadiu a Valáquia e seu pai e irmão foram mortos, ele assumiu o trono por pouco tempo porque foi deposto, ficou escondido e em 1456 retornou e assumiu seu posto por seis anos. Nesse período o império turco otomano avançava sobre a Europa, ungidos pela fé eles ampliavam as fronteiras; em terra seus avanços foram orientados pela disciplina e inovação do exército otomano, no mar sua marinha bloqueou as principais rotas comerciais, controlando as rotas de maior tráfego entre a Europa e a Ásia.
Numa nova invasão Vlad III refugiou-se sozinho na Transilvânia, pois para não ser aprisionada pelos invasores, sua esposa se jogara de uma torre do castelo. Aprisionado naquele principado durante doze anos, durante os quais se reaproximou do rei, casando-se com uma de suas irmãs. Em 1476 conseguiu recuperar o reino que lhe havia sido usurpado, mas, diante de nova ofensiva não conseguiu sobreviver. A forma de sua morte não é suficientemente comprovada, algumas fontes dizem que ele morreu em combate durante o confronto que se seguiu, outras que foi assassinado por seus próprios soldados porque se encontrava disfarçado com roupas inimigas. Seu corpo foi decapitado pelos turcos e sua cabeça enviada à Constantinopla, onde o Sultão a manteve em exposição em uma estaca provando que o temido empalador tivera um fim.
Ele foi enterrado em Snagov, uma ilha-monastério localizada perto de Bucareste. Quando arqueólogos escavaram o túmulo nos anos 30, encontraram apenas ossos de animais.
Relatos alemães e turcos da época enfatizam sua crueldade; os turcos o odiavam e os alemães tinham questões econômicas e políticas com ele, os relatos romenos são orais e o consagram como um herói. O certo é que ele defendeu seu minúsculo principado de um esmagador império, enquanto pôde. Seu papel na história da humanidade não se perdeu no crepúsculo do tempo. Imortalizou-se de várias formas.
Essa história não é sobre o mito, mas sim sobre a figura real, em carne e osso: Vlad, o Empalador.
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